Em seu primeiro trabalho solo Sid3, baterista da cidade de Tracunhaém-PE, propõem um som instrumental experimental com a pegada da música da Mata Norte, misturada com os ritmos de suas pesquisas pelo mundo, da música erudita ao Ska, passando pela música Africana e ritmos Caribenhos e muito ROCK’N’ROLL. Um trabalho onde a bateria dá o tom, convidando outros instrumentos para uma alquimia musical. Cada apresentação tem uma formação diferente, com participação de músicos e instrumentos inusitados, de acordo com o tema proposto.
Sacrifício e Fé
Partindo dos gooves de Sid3, outros instrumentos (ex.: rabeca, guitarra, teclado, clarinete, trombone, tuba)
completam o ritmo e harmonia. A liberdade é o eixo conceitual do trabalho, cada participação se entrelaça
nas viagens sonoras de seu idealizador, executadas de forma espontânea e livre no momento da apresentação ao vivo.
Trabalho baseado no regionalismo musical do estado, rock e referências afro-indígenas, tendo em vista que a cidade natal de Sid3 é Tracunhaém, cidade com forte tradição indígena dos povos Tupi “Tapirurama” na
região da Zona da Mata norte de Pernambuco.
A bateria percussiva tira som de elementos do cotidiano, como as enxadas (instrumento de
trabalho do homem do campo transformado em instrumento musical), o arado - disco dentado
(peça que compõe o trator utilizado na preparação da terra para o plantil da cana-de-açucar), percussão tribal com apitos e maracas, percussão com peças de barro (jarra de barro, panela de barro e a moringa de
barro) característica do artesanato de cerâmica herdado pelo povo da cidade de Tracunhaém por seus ancestrais indígenas. Os timbres são compostos por: Ferro, bronze, aço, barro, madeira e peles de pástico.
O trabalho se completa com a linguagem audiovisual projetada por um VJ ao vivo interagindo com o show. Desenhos psicodélicos, imagens da região da Zona da Mata, de todo o sacrifício vivido e de todas as referências que compõe este trabalho incrementando a mensagem que Sid 3 apresenta.
Quem é esse cara?
Ainda criança, Sidclei teve contato com diferentes timbres sonoros. Seu interesse pela música se apresentou muito cedo quando brincava com sua bateria de latas no roçado da cerâmica São Joaquim, na zona rural de Tracunhaém, cidade onde viveu e se criou.
Com 14 anos, Sidclei foi estudar na Orquestra Revoltosa de Nazaré da Mata. Nessa época, ele já tocava bateria nos bares e nas bandas de baile da região. Com 18 anos, foi estudar no Centro Musical de Olinda, CEMO. Sidclei conviveu com as brincadeiras populares da Zona da Mata, foi integrante de vários maracatus, como o Cambinda Dourada (Camaragibe) e o Leão Cultural (Nazaré), desenvolveu o conhecimento de ritmos tradicionais como: maracatu de baque solto, ciranda, boi de carnaval e blocos rurais. Em 1999 entrou no grupo Chão e Chinelo que em 2000 realizou sua primeira turnê internacional.
Em 2001, voltou a Europa acompanhando a cantora Renata Rosa. No período de 2002 a 2005
integrou o grupo Terno do Terreiro que acompanhava Maciel Salu.
Em 2005, já com Dj Dolores e a Aparelhagem, Sidclei volta a Europa, onde participa de grandes festivais com o Glastambourry, na Inglaterra e viaja também para a América Central tocando em países como o México e as ilhas do Caribe (Guadalupe e Martinica). De lá para cá participou de trabalhos com a Cantora Isaar, tendo o trabalho “Copo de Espuma” premiado pelo Prêmio Pixinguinha em 2009, e o grupo
Ticuqueiros de Nazaré da Mata, levando seu som regional para Barcelona e Portugal.
No ano de 2012 participou da da Turnê “Caravana do Coco e da Ciranda”nos países europeus, França, Inglaterra e Itália, acompanhando Santino Cirandeiro, tocando Tarol (caixa na ciranda) e ministrando uma
oficina sobre os ritimos do Coco e da Ciranda no Estúdio Olinda em Paris. Como produtor, Sidclei coordena desde 1999 o Tipóia Festival, realizado na sua cidade natal abrindo espaço para a música independente, principalmente produzida na região. Como produtor musical produziu os discos: “A pisada é
assim” de Sebastião Grosso e “Na Caixinha” de Forró de Cana.
Na área da educação ministrou em 2006, pelo PETI Paudalho a Oficina de Percussão TERNODAMATA. Em 2007, ministrou a Oficina TERNODAMATA - Ritmos do Maracatu Rural, do coco, da ciranda e do Bloco Rural - pelo Projeto Multicultural da Prefeitura Municipal do Recife nos Bairros: Bomba
do Hemetério, Coque e Cordeiro. Desde 2011 firmou seu potencial didático voltando as raízes de “bater caneco de lata” ministrando a oficina: Bateria de Lata e Papelão, durante o mês de fevereiro de 2011, para o público infanto-juvenil, no SESC Ipiranga em São Paulo, no FIG 2011 (Festival de Inverno de Garanhuns-PE) e em Carpina no Festival Pernambuco Nação Cultural em março de 2012.
Hoje, Sidclei se dedica ao seu trabalho autoral - Sacrifício e Fé instrumental/experimental que conta com a participação de grandes nomes da música contemporânea. Esse trabalho foi apresentado em 2010,
2011 e 2012 na 11ª, 12ª e 13ª edições do Tipóia Festival em Tracunhaém - PE, em novembro de 2011 no Festival do Dia da Música em Goiana – PE, em janeiro de 2012 foi selecionado, para a mostra competitiva do Festival Pré Amp 2012, em Recife-PE. Em julho participou do Arraial Instrumental, no Teatro Arraial, em Recife-PE. Em 2013 o trabalho de Sid3 foi apreciado em sua cidade natal Tracunhaém, compondo a grade de programação do Palco Garagem no Festival Pernambuco Nação Cultural Mata Norte 2013.
Enquanto apresenta sua idéia em pequenas casas culturais em Recife-Olinda, ensaia e
se prepara para gravar o disco Sid3 Sacrifício e Fé. Em sua carreira gravou discos importantes dentro do cenário musical pernambucano como: “LIRA” Lirinha – 2011; “Flor de Laranjeira” Santino Cirandeiro – 2011; Julio Holanda – 2010; Fred Andrade – 2010; Coletânea de Jacinto Silva – 2010; “Sem ouro e sem mágoa” Maciel Melo - 2009; “Azul Claro” e “Copo de Espuma” Isaar – 2005 e 2009; “Segura o Cordão” Tiné – 2008; “Dos Canaviais da Zona da Mata” Ticuqueiros – 2006; “Aparelhagem” DJ Dolores – Turnê Europa 2003, 2004, 2005; “O Papa do Maracatu” Mestre João Paulo do Maracatu Leão Misterioso - 2003; “A Pisada é Assim” Maciel Salu e o Terno do terreiro - 2003; “Zunido da Mata” Renata Rosa – Turnê Europa 2002; “Astrolab” Geraldo Maia – 2000; Coletânea Baião de ViraMundo - Tributo a Luiz Gonzaga - 2000; Chão e Chinelo – Turnê Europa de 2000.
Além de participações especiais gravadas nos discos de artistas
como Dj Dolores e Aparelhagem, Renata Rosa, Fred Andrade e coletâneas como Pernambuco em
concerto, Baião de Vira mundo, Music from PE, e a gravação da trilha do curta metragem “O Véio”.
